sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

O Natal


A chuva cai… o vento sopra… o frio insinua-se por entre as muitas camadas de roupa… em alguns países as ruas ostentam, orgulhosas, gélidos mantos de neve… Falo e as minhas palavras morrem em vapor… Dezembro chegou…

As ruas estão vestidas de festa… cantam melodias de sempre… e invariavelmente a mesma mistura de pessoas de sempre e de nunca carregadas de sacos cheios de presentes e de sonhos… O Natal já não tarda…

Adoro esta época do ano… está frio lá fora, mas o calor humano que se sente por entre a multidão é maior que em qualquer outra altura do ano… as ruas estão vivas, os sorrisos dançam na cara de transeuntes que, embora não se conheçam de lado nenhum, se sentem mais próximos uns dos outros… as montras das lojas vestem de gala… qual de entre elas a mais tentadora… os pinheiros luzem e as suas cores escoam por entre janelas entreabertas pintalgando a noite escura… acordando memórias de outros tempos quando a nossa inocência de crianças ainda acreditava no Pai Natal que descia a chaminé a coberto das horas de sono dos meninos do mundo…

A alegria é quase palpável… o entusiasmo de encontrar a prenda ideal para alguém especial… o olhar brilhante de alguém que desembrulhou o sonho de um ano de espera… as gargalhadas das crianças… o poder de milhões de sonhos que se renovam a cada ano que passa… a possibilidade de vivê-lo… de poder partilhá-lo com amigos, com família e até com estranhos… o poder de fechar os olhos e querer acreditar que o mundo ainda tem remédio… Para mim é esse o significado do Natal… talvez por isso seja uma das minhas épocas preferidas do ano… o completar de mais um ciclo em esperança…


Para contemplar esta época deixo aqui uma musica cantada pelo anjo da Paz...SILENT NIGHT

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Os Óculos de "Julinho"


Nascido no final da década de setenta "Julinho" logo de pequeno (segundo os familiares mais chegados) denotava alguma dificuldade de visão, daí a sua precoce ida ao aftalmologista. Escusado será dizer que lhe enfiaram logo na cara, uns óculos, que mais pareciam os fundos de uma garrafa.

Julinho cresceu e não mais se viu livre daquelas malditas lunetas, que (segundo os familiares mais chegados) eram a possibilidade que o rapaz tinha de "enchergar" alguma coisa.

Fez a escola, depois começou a trabalhar e lá foi suportando a alegada falta de visão.

Até que um dia, já com 20 anos feitos, foi passear a Ovibeja e teve um azar dos diabos, pois no mei da confusão de um concerto musical, os seus inseparaveis óculos desapareceram...

A tristeza logo de imediato tomou conta dele, mas foi-se dissipando á medida que começou a perceber que afinal via agora muito melhor.

Hoje ja tem 27 anos, vê lindamente e só agora percebeu que afinal usou oculos 20 anos sem ter necessidade deles.

Afinal os familiares mais chegados e o oftalmologista estavam mais cegos que ele...

sábado, 9 de dezembro de 2006

Saudade de um regresso.


Hoje nao vou contar uma daquelas historias que tornam esta terra tão especial...
Vou contar uma historia, que provavelmente é comum a todos os alentejados que, por um motivo ou outro, tiveram que partir....
Hoje senti uma alegria muito grande em "chegar". Afinal é a minha terra e aqui estao milhoes de memorias que ao longo dos anos me vieram acompanhamdo. No fundo foi apenas mais uma viagem que fiz de Lisboa para Albernoa mas no fundo penso que é muito mais que isso. É um regresso necessario e natural, tal como uma ave volta a cada ciclo primaverial, também eu volto (se bem que, felizmente, os meus ciclos sao bem mais pequenos).
Como qualquer um que partiu penso que seria bom um dia poder voltar e ficar defenitivamente e hoje senti especialmente quando vi surgir a minha linda terra...
E no seguimento de tudo isto surgiu-me esta musica que, quanto a mim, representa o sentimento de todos os alentejanos que, tal como eu, tiveram que partir um dia.
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Quando um homem esta sozinho no seu monte,
Bem no meio da Natureza
Escutando a agua a entoar no meio da fonte,
É dono de uma riqueza.
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Ai que saudades que eu tenho de outr'ora
Quando a vida me obrigou,
A deixar o meu montinho,
A ir embora.
O meu coração chorou...
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Já não oiço os passarinhos,
Já não me sento a lareira,
Já não bebo os meus copinhos,
Já não vou domingo a feira.
Só não perco o meu cantar,
Porque está dentro de mim,
Não me o conseguem tirar,
O meu montinho é assim.
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Apaguei o candeeiro,
Fechei a porta.
Disse adeus ao cão pastor.
Pus a manta ao ombro e fui pela estrada fora,
Procurar vida melhor.
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Já corri o mundo inteiro a trabalhar,
Para ganhar o meu pão.
Esqueço sempre quando mudo de lugar,
Só o meu montinho é que não.

Aqui fica a musica: Montinho

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

O Misterioso Bébé do Montinho...


Ora estavamos numa linda manhã primaveril, onde o sol raiava e a brisa matinal revelava o nascer de um novo dia. Logo pela manhã "BEL TOY" saiu de casa com os seus cães para o passeio matinal. Entre sua casa e os campos verdejantes foi, como de costume, comprimentando cada pessoas com a habitual simpatia e graciosidade que todos lhe reconhecemos... "Toma Boi...", "Teus Cornos...", "Toma Cabrão", etc, são expressoes que, ouvidas pela manhã, nos tornam o dia muito mais agradavel... Depois dos cumprimentos matinais "BEL TOY" chega finalmente aos campos do "montinho" onde os seus cães podem correr a vontade. Contudo nessa manhã havia algo de estranho para aqueles lados... havia algo embrulhado num lençol. Para satisfazer a sua curiosidade "BEL TOY" foi ver o que era e VIU um bébé enrolado no lençol...
Perante este grande martirio sentimental, "BEL TOY", corre para albernoa para chamar as autoridades locais...
Rapidamente chega ao homem, indicado pelo ministerio da administração interna para zelar pelo bem estar e segurança de Albernoa. Como todos ja devem ter adivinhado estamos a falar do Cabo "Matreiro". Esse sherlock holmes Portugues com carreira feita na investigaçao criminal, sentido aguçado, especialista na captura de bandidos, terroristas, cascaveis e afins. Cabo "Matreiro" decide levar o seu braço direito, na altura o soldado "Lascado", figura impar de Albernoa (quem nao se lembra de namorar ao som de "Alô Cherry") e um transiunde local, Tonico Bombeiro, que passava por ali na altura. Rapidamente as autoridades chegaram ao local que, nessa altura ja estava cheio de populares, ao que "Matreiro" se vê obrigado a fazer um perimetro de segurança para nao serem destruidas eventuais provas de crime que eventualmente poderia estar por ali...
As autoridades acercam-se do bébé, houve um popular que disse que o bébé era parecido com "Nélinha" (uma rapariga, ou melhor, um ser reprodutor que procria a cada 9 meses). As autoridades concordam com as semelhanças mas decidem remeter tal investigaçao para o Delegado de Saude e para a Policia Jodiciaria.
Ora como Beja nao tem Policia Judiciaria, Foram chamados agentes do nucleo de investigaçao criminal de Faro, que demoraram cerca de 2 horas a chegar, prolongando assim o misterio da criança abandonada...
Passadas estas horas finalmente chegaram os agentes e o Delegado de Saude de Beja.
Depois de investigarem a zona circundante, na busca de provas, os agentes dirigem-se para o lençol... Muito atrapalhado, um agente, chama Cabo "Matreiro" e diz-lhe que algo se passa de errado porque o que está embrulhado no lençaol é um cão morto e nao um bébé...

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

O Casaco de "Mestre Joaquim"


Ora decidi dedicar estes primeiros dias do mes de Dezembro a este Ilustre Senhor da sociedade Albernoense.
Tal como um conto de Natal, esta historia tem algo de magico, um toque que nos leva ao mundo dos sonhos, um toque magico de alegria que nos leva a acreditar que o sonho comanda a vida...
Tinha eu acabado de entrar no café quando o "nosso" contador de historias era portador da palavra numa assistencia onde as moscas predominavam e onde ninguem parecia prestar grande atenção...
Ora dizia o mestre que nos saudosos anos 50, essa maravilhosa epoca de grandes traços culturais onde, por exemplo, o cabelo grande juntamente com um belo bigode e um peugo brango, eram a imagem de marca de uma sociedade pos-guerra onde também a marijuana entrava nos lares de todo o mundo. Além disso nao podemos passar a margens de fenomenos musicais como Elvis e a nivel nacional tinhamos o "nosso" José Manuel Concha...
Mestre Joaquim recordava o 50's com alguma nostalgia... foi nesta altura que ele teve que substituir o cabelo grande por uma careca lustrosa e o peugo branco por uma bota preta de cabedal, devido a sua entrada nas Forças Armadas Portuguesas. Pois bem, nesta altura Portugal atravessava um dos piores invernos de sempre e Mestre Joaquim, com o objectivo de precaver algum resfriado, decidio comprar um casaco de inverno.
Rapidamente o casaco começou a justificar cada tostão investido nao so por precaver do frio, mas também por atrair um grande numero de catraias...
Certo dia Mestre Joaquim encontra um amigo de longa data, uma grande amigo que, apos algumas lagrimas, deixou a sua morada num pequeno papel que Mestre Joaquim prontamente guardou no bolso de seu casaco. Dias passaram e o casaco de Mestre Joaquim foi roubado. Possivelmente, por algum colega invejoso e sedento de alcançar o sucesso que Mestre Joaquim tinha junto do sexto oposto.
Seguiram-se decadas de nostalgia e alguma tristeza ate que chegou o ano de 2005, ano em que Portugal atravessa de novo um inverno muito rigoroso. Tal como nos bons velhos tempos, Mestre Joaquim decidiu comprar um casaco para o frio. Enquanto procurava viu numa montra um casalho que lhe chamou a atenção, parecia um "deja vu"... Mestre Joaquim decidiu comprar o casaco e assim que o veste sente-se outra pessoa, ate notou um olhar mais provocatorio por parte da vendedora... Então Mestre Joaquim pensou: "Será que!?!??!"
Mestre Joaquim joga a mão ao bolso e encontra o papel com a morada do amigo...

O Cão do Mestre Joaquim


Corria uma manha fria de outono quando "Mestre Joaquim Abegão" entra no "café do chico".
Dada a sua audiçao apurada, conseguiu ouvir dois caçadores a falarem sobre as fabulosas aventuras dos seus respectivos cães durantes uma caçada recente.
Depois de ouvir tanta aventura, Mestre Joaquim, decide deixar o seu cantinho e contar a seguinte historia sobre o seu grande cão....Piloto...

"O meu cão é mesmo inteligente... No outro dia levantei-me da cama, fui ao quintal e comecei a ver o cão a andar desinquieto... ladrava, corria para o portão e eu comecei a achar aquilo estranho...
Ao principio nao liguei ao cão, dei-lhe um bocado de pão para ele se calar e voltei para dentro de casa...
Entao não é que passados 5 minutos o cão me aperece ao pé com a cartuxeira na boca e com a pata a apontar para a data no calendario!?!?
Depois é que reparei que era dia de caça...."

Nota de Abertura...


Olá a todos...
Hoje decidi fazer este blog... Depois de anos a vaguear pelas ruas de albernoa , depois de presenciar inumeras historias, inumeras situações, decidi passar a todos vos albernoa...
Espero com este espaço divulgar albernoa ao mundo... bem como todas as suas magias... que sao muitas.....

aqui fica uma "moda" da nossa linda terra...

Não ha flor como o suspiro
Para a minha estimação...
Todas as flores se vendem,
So os suspiros se dão.

Albernoa dos Amores,
Eu te quero tanto, tanto...
Oh terra das belas moças,
Um amor em cada canto...
Um amor em cada canto,
As Suas lindas flores...
Eu te quero tanto, tanto!!!
Albernoa dos amores.

Tens craveiros a janelas,
A barragem para nadar...
Oh terra tão linda e bela,
Jamais te posso deixar...